Guerra entre facções impõe toque de recolher na cidade

Medo e sensação de insegurança marcam a vida de grande parte dos 35 mil moradores de Barra do Bugres (168 km a médio-norte). A cidade, que hoje é uma das principais rotas usadas por ladrões de veículos e traficantes que atuam na região de fronteira com a Bolívia, vive o drama da disputa do território do tráfico de drogas pelas facções Comando Vermelho (CV) e Primeiro Comando da Capital (PCC) que deixa um rastro de mortes e que já impõe toque de recolher nos bairros periféricos.

No domingo de carnaval (19), a pequena Ágata Tauane da Silva Soares, de 3 anos, foi alvejada durante a tentativa de assassinato de um faccionado. A menina estava com a família em um bar onde mais de 10 pessoas amigas confraternizavam em um almoço. Atingida no peito, a criança morreu logo após receber atendimento médico.

O alvo do atentado, um criminoso de 33 anos, com passagens por tráfico, conseguiu escapar dos dois homens encapuzados que invadiram o bar e fizeram os disparos. Mas acabou localizado e preso dois dias depois, em ação de policiais militares ao reagir à abordagem e teve a prisão convertida pela Justiça, sendo encaminhado para unidade prisional.

Segundo o delegado Márcio Portela, os dois criminosos que mataram Ágata ainda não foram presos mas garante que a investigação está adiantada e a prisão próxima.

Em depoimento, o alvo da dupla negou ser faccionado. Disse que é usuário de drogas e que o atentado foi motivado por uma dívida de R$ 600 de drogas ao CV. Mas a investigação aponta que a motivação do crime seria o fato do traficante ter passado para a facção rival, o PCC, de quem estaria comprando o entorpecente para revenda.

No sábado, noite anterior à morte da criança, ele teria conseguido escapar da primeira tentativa de assassinato. O grupo que disparou contra a casa onde ele estava usava o mesmo veículo que levou os assassinos ao bar onde Ágata foi alvejada.

Informações distorcidas

Além da trágica morte da criança, o delegado destaca como lamentável as informações distorcidas divulgadas em relação ao crime. Uma delas de que o alvo em fuga usou a criança como escudo para se proteger dos disparos. Outra seria de que a criança, em agonia, teria falado para a mãe não a deixar morrer, fato que o delegado garante que não existiu.

Outra mais grave seria de que o alvo dos assassinos era o pai da menina e que ele usou a filha como escudo, totalmente mentirosa. Muitas das informações falsas em relação ao crime foram propagadas a partir de um bêbado da cidade e que nem no local dos fatos estava, diz Portela.

Rota do tráfico Rota estratégica do tráfico de entorpecentes, Barra do Bugres experimenta a intensificação dos confrontos entre faccionados do CV e PCC desde o final de 2021, relata o tenente-coronel da Polícia Militar, Sávio Rogério da Silva, comandante da 12ª Companhia da PM na cidade.

omandante da unidade nos últimos 3 anos ele tem percebido que a modalidade de tráfico mudou. Antes era mais comum cargas serem jogadas das aeronaves ou pousos em pistas clandestinas para entregar a cocaína boliviana que dali seguia por terra. A partir de mudanças na lei do abate destas aeronaves, hoje a droga vem por terra ou mesmo pelos rios, acredita Sávio, já que existe uma grande rede fluvial que se interliga com o rio Paraguai e que é pouco fiscalizada pela sua grande extensão.

Em relação às facções, os conflitos aumentaram depois que o PCC viu na região uma oportunidade de melhorar a sua logística em relação ao tráfico na faixa de fronteira e a partir daí a hegemonia do CV passou a ter ameaçada. Com um efetivo abaixo do necessário para o enfrentamento ao crime organizado na região, hoje a unidade tem na jornada extraordinária, quando PMs passam a ser remunerados para atuar nos horários de suas folgas, uma solução temporária.

Somente em janeiro e fevereiro, confrontos entre a PM e traficantes terminaram com 7 criminosos mortos.

No sábado, noite anterior à morte da criança, ele teria conseguido escapar da primeira tentativa de assassinato. O grupo que disparou contra a casa onde ele estava usava o mesmo veículo que levou os assassinos ao bar onde Ágata foi alvejada.

 

Informações distorcidas

Além da trágica morte da criança, o delegado destaca como lamentável as informações distorcidas divulgadas em relação ao crime. Uma delas de que o alvo em fuga usou a criança como escudo para se proteger dos disparos. Outra seria de que a criança, em agonia, teria falado para a mãe não a deixar morrer, fato que o delegado garante que não existiu.

utra mais grave seria de que o alvo dos assassinos era o pai da menina e que ele usou a filha como escudo, totalmente mentirosa. Muitas das informações falsas em relação ao crime foram propagadas a partir de um bêbado da cidade e que nem no local dos fatos estava, diz Portela.

Rota do tráfico Rota estratégica do tráfico de entorpecentes, Barra do Bugres experimenta a intensificação dos confrontos entre faccionados do CV e PCC desde o final de 2021, relata o tenente-coronel da Polícia Militar, Sávio Rogério da Silva, comandante da 12ª Companhia da PM na cidade.

Comandante da unidade nos últimos 3 anos ele tem percebido que a modalidade de tráfico mudou. Antes era mais comum cargas serem jogadas das aeronaves ou pousos em pistas clandestinas para entregar a cocaína boliviana que dali seguia por terra. A partir de mudanças na lei do abate destas aeronaves, hoje a droga vem por terra ou mesmo pelos rios, acredita Sávio, já que existe uma grande rede fluvial que se interliga com o rio Paraguai e que é pouco fiscalizada pela sua grande extensão.

Em relação às facções, os conflitos aumentaram depois que o PCC viu na região uma oportunidade de melhorar a sua logística em relação ao tráfico na faixa de fronteira e a partir daí a hegemonia do CV passou a ter ameaçada. Com um efetivo abaixo do necessário para o enfrentamento ao crime organizado na região, hoje a unidade tem na jornada extraordinária, quando PMs passam a ser remunerados para atuar nos horários de suas folgas, uma solução temporária.

Somente em janeiro e fevereiro, confrontos entre a PM e traficantes terminaram com 7 criminosos mortos.

Veja também

Polícia Militar prende homem após confessar morte em Ipiranga do Norte

Politec descarta ataque de onça e confirma sinais de tiros e facadas em corpo de caseiro

Mulher é encontrada morta em apartamento no Bairro Santa Isabel, em Cuiabá

Operação Policial resulta na prisão de suspeito com mandado em aberto no bairro Novos Campos

Investigação revela falta de registro das armas utilizadas em homicídio em Peixoto de Azevedo

Grupo criminoso é preso em flagrante adulterando carga de 50 t de farelo de soja que iria para porto em SC