Comércios foram completamente fechados e a população de Itanhangá se reuniu na tarde de sexta-feira (26), o intuito era realizar um protesto, clamando contra a reintegração de lotes de assentamentos do município, pelo INCRA, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, tem famílias que moram na região há mais de 20 anos.
O manifesto contou com a participação e apoio de diversas autoridades, como deputada Coronel Fernanda, representantes da Aprosoja e Sindicato Rural, bem como, assentados, comerciantes e todos que apoiam o movimento.
Tudo se iniciou quando o Juiz da Vara Federal de Diamantino concedeu, em caráter liminar, a reintegração de posse de 6 lotes de assentamentos, a Polícia Federal chegou a acompanhar o oficial e representantes, que foram notificar os ocupantes dos imóveis. Segundo o órgão federal, os lotes estavam indevidamente ocupados e agora serão destinados ao público da reforma agrária.
Em entrevista, a deputada Coronel Fernanda declarou solidariedade a todos e se comprometeu com os produtores rurais e a população do município, em agendar uma audiência com o presidente Lula, que visitará Cuiabá, na próxima quarta-feira, para tratar do grave problema que vem enfrentando quase 200 assentados.
O Projeto de Assentamento Itanhangá é um dos maiores projetos de assentamento do país. Segundo as denúncias, mais de mil lotes foram destinados para pessoas que não têm aptidão para reforma agrária. Em alguns casos, as terras eram colocadas em nomes de “laranjas”, mas eram utilizadas para plantação de soja.
A pessoa comprava o lote, mas arrendava para os grupos políticos e vinha morar em Cuiabá vivendo de renda. Na prática, contudo, quem recebe lote deve utilizar o terreno para lavoura e morar no local.
A região tem uma topografia plana, bastante valorizada e é bem produtiva. A área total corresponde a 115 mil hectares. Cada lote vale hoje em torno de R$ 1 milhão.