Raimundo Nonato Santos Pinto teve sua prisão em flagrante convertida em preventiva pelo juiz Rhamice Ibrahim Ali Ahmad Abdalla, do Plantão Criminal da Comarca de Rondonópolis (212 km ao Sul), em audiência de custódia realizada na manhã desta segunda-feira (05). Ele é suspeito de atropelar e matar uma mulher trans identificada como Indianara na sexta-feira (02), em Várzea Grande.
O suspeito foi preso no domingo (04), no Terminal Rodoviário Alberto Luiz, em Rondonópolis. De acordo com a Polícia Militar, o homem estava prestar a fugir quando foi abordado pelos policiais na rodoviária. Ele foi preso pelo crime, em tese, de homicídio qualificado.
Na audiência realizada hoje (05), o Ministério Público se manifestou pela conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva. Já a defesa pediu o relaxamento da prisão e concessão de liberdade provisória, com ou sem medidas cautelares.
Ao analisar o caso o magistrado pontuou que a operação policial foi considerada legal, assim como a prisão. Ele citou que houve contradição na fala do suspeito no interrogatório policial e também que o MP afirmou que há risco de fuga, já que Raimundo estava com passagem comprada para outro estado.
“Por entender esse magistrado limitado em sua jurisdição, motivo pelo qual se justifica pela necessidade da manutenção da prisão convertendo em preventiva até que no juízo apropriado poderá se resolver e aprofundar, uma vez que o custodiado mora em outro estado e houve comprovação de que houve tentativa de sair de Rondonópolis e ir para Goiânia, que não é o estado que o custodiado mora, inviabilizando a ordem pública”.
O juiz ainda considerou que o crime praticado foi grave e com isso converteu a prisão em flagrante em preventiva.
“O princípio da presunção de inocência não inviabiliza a prisão preventiva, quando notada à necessidade da proteção da ordem pública e garantia da aplicação da lei (…). Uma decisão de soltura no presente momento diante da materialidade e indícios de autoria, poderia levar a uma insegurança e a sensação de ausência de justiça”, justificou.
O caso
A polícia informou que o homem estava com a vítima na cabine de seu caminhão e, por algum motivo ainda não esclarecido, ela foi empurrada para fora, na BR-364. Após a queda, ela ainda foi atropelada pelo veículo e o condutor fugiu em seguida. A jovem trabalhava como garota de programa naquela rodovia.
Após fugir, os policiais realizaram rondas e o trabalho de inteligência conseguiu localizar o caminhão em Rondonópolis. Também foi confirmado que a empresa para a qual o acusado trabalha sabia do atropelamento, mas não se manifestou.
Após o atropelamento, o corpo da vítima foi abandonado na margem da rodovia, vestindo apenas peças íntimas.