Laudo da Polícia Federal descarta garimpo em escavações promovidas no centro histórico de Cuiabá

Laudo Criminal da Polícia Federal (PF) descartou indícios de atividade garimpeira nas escavações promovidas por Cláudio Campos em seis imóveis na Rua Engenheiro Ricardo Franco, no centro histórico de Cuiabá. O laudo respondeu que as escavações na área externa das edificações atingiram apenas o aterro dos terrenos, não chegando nas rochas do Grupo Cuiabá, unidade hospedeira a mineralização aurífera da capital.

O laudo Nº 862/2022 da Superintendência Regional de Polícia Federal em Mato Grosso foi elaborado para atender Inquérito Policial descrevendo circunstâncias contendo informações de interesse à justiça e para responder sobre as características do local, as alterações de aspecto ou estrutura nas edificações do Centro, o tempo que as obras ocorreram, os indícios de atividade garimpeira, bem como o tempo de desenvolvimento dessas atividades e indícios de construção de um muro de contenção.

Um dos principais quesitos que levaram o embargo das obras pela Secretaria de Ordens Públicas, da Prefeitura Municipal, foi a suspeita de atividade garimpeira nos seis imóveis da Rua Ricardo Franco. Conforme o laudo, porém, a suspeita foi descartada levando em conta que as escavações atingiram apenas o aterro dos terrenos.

“Foi constatado in loco que as escavações na área externa das edificações situadas na Rua Engenheiro Ricardo Franco números “N”459*, “N°46I”, “N°473”. “‘N°500”. “N°600” e “N°608” atingiram apenas o aterro dos terrenos dos imóveis questionados, não chegando nas rochas do Grupo Cuiabá, unidade hospedeira da mineralização aurífera. O Grupo é composto por metamorfitos de baixo grau, facies xisto-verde, com predomínio de filitos, micaxistos e, subordinadamente, quartzitos e metagrauvacas, mármores calcíticos e dolomiticos, calcários e metaconglomerados. Sendo que os depósitos primários de ouro estão representados por veios de quartzo encaixados em filitos do Grupo Cuiabá” diz trecho do laudo que responde ao quarto quesito levantado, que diz respeito aos indícios de garimpo no local.

Em relação à construção de um muro de arrimo, que havia sido afirmado por Cláudio no dia da Operação que embargou as escavações, este foi confirmado pelo laudo. Além do muro, galerias de águas pluviais e sistemas sanitários foram constatados.

Os quesitos respondidos pelo laudo, porém, não citam sobre os danos ao patrimônio histórico, nem às estruturas de outras edificações que pudessem ter sido atingidas pelas alterações promovidas por Cláudio.

Obras embargadas

Na manhã de sexta-feira (4), a Polícia Federal foi até as escavações da Ricardo Franco para cumprir mandado de busca e apreensão contra Cláudio Campos, que é investigado por crimes lesivos ao meio ambiente e ao patrimônio histórico.

As investigações tiveram início após a publicação de diversas matérias jornalísticas no sentido de que a Prefeitura de Cuiabá havia embargado uma obra ao lado da Escadaria do Beco Alto, nas proximidades da Praça da Mandioca, em razão de suspeita de prática de garimpagem ilegal.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Ordens Públicas (Sorp) emitiu posicionamento por meio do secretário Leovaldo Sales e informou que Campos protocolou a defesa, porém não apresentou nem o projeto aprovado pelo IPHAN ou as licenças da prefeitura, como já não havia feito no dia da operação que embargou as obras, no dia 14 de outubro.

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