Na manhã desta sexta-feira (21.07), a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Lucas do Rio Verde e da Delegacia Especializada de Crimes Informáticos (DRCI), realizou o cumprimento de mandados de busca e apreensão e de internação contra um adolescente que estava sendo alvo da Operação Pessinus. A operação foi deflagrada em conjunto pelo Ministério da Justiça, Polícia Civil do Estado do Piauí (Diretoria de Inteligência) e Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGaeco) do Ministério Público de Santa Catarina.
O objetivo dessa ação integrada, promovida pelo Laboratório de Operações Cibernéticas (DIOPI/SENASP/MJSP), é combater diversos crimes praticados no âmbito da internet, tais como constrangimento ilegal, ameaça, violência psicológica contra a mulher, estupro de vulnerável, apologia de crime ou criminoso, e incitação à discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
O adolescente de 17 anos, alvo da operação em Lucas do Rio Verde, teve o mandado expedido pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Parnaíba, no estado do Piauí. As investigações conduzidas pelo Grupo de Investigação de Crimes Cibernéticos (CyberGaeco) do Ministério Público de Santa Catarina localizaram perfis em redes sociais que manifestavam a intenção de cometer atos graves de violência contra pessoas, incluindo estupros, mutilações e massacres em estabelecimentos de ensino e culto, além do enaltecimento a símbolos ligados ao nazismo.
Dentre os perfis identificados pelas autoridades policiais, chamou especial atenção um perfil de uma adolescente que aparentemente planejava incendiar uma escola. No entanto, as investigações revelaram que, na verdade, a adolescente era vítima de extorsão sexual, encontrando-se em uma situação de submissão decorrente dessa circunstância.
Outro adolescente investigado no estado do Piauí possuía perfis de culto a símbolos nazistas, com imagens de automutilação e a cruz suástica. Ele propagava imagens de assassinos de massacres escolares e fazia apologia e incitação a crimes contra a vida, divulgando links de acesso a grupos onde conteúdos proibidos, como tortura, pedofilia e crueldade contra animais e pessoas, eram compartilhados, promovendo comportamentos perturbadores e ilegais.
O adolescente do estado do Piauí ameaçava sequestrar, estuprar e matar uma das vítimas e realizava diversas violências sexuais por meios virtuais. Ele também exigia que sua ex-namorada realizasse automutilação em frente às câmeras.
Diante das informações obtidas, a Polícia Civil do Piauí instaurou inquérito e representou judicialmente pelos mandados de busca e apreensão e pela internação provisória dos adolescentes infratores. As polícias do Rio de Janeiro e Mato Grosso prestaram apoio à ação.
A operação, que contou com o cumprimento de cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de internação provisória nas cidades de Ilha Grande/PI, Biguaçu/SC, Lucas do Rio Verde/MT e Macaé/RJ, só foi possível devido à celeridade e seriedade com que a demanda foi tratada pelo Ministério Público e Poder Judiciário do estado do Piauí.
A Operação Pessinus recebe esse nome em alusão à cidade que serviu de sepultamento ao semideus Átis, da mitologia grega. Segundo a lenda, Átis enlouqueceu e se automutilou como forma de expiação ou em rituais religiosos. O túmulo de Átis está na cidade de Pessinus, simbolizando o fim da automutilação e reforçando o objetivo da operação em garantir a segurança e o bem-estar de crianças e adolescentes.
