Mais um caso: professor de escola rural de Sorriso é investigado por suspeita de assédio a estagiaria de 16 anos

O fato teria ocorrido em uma escola da rede municipal de ensino localizada em um assentamento na zona rural de Sorriso. Um professor estaria assediando a jovem que fazia estágio no estabelecimento.

A mãe da jovem conta que a filha de 16 anos foi diversas vezes assediada pelo professor. A situação foi registrada em boletins de ocorrência contra o professor e também contra a secretária de educação (neste caso por ameaças).

Conforme relato da mãe, a filha teria sido orientada pela secretária de educação a pedir demissão “para evitar problemas futuros em sua carreira”.  Ela disse que está revoltada porque a secretária não ouviu as denúncias e apenas transferiu o professor para outra escola.

“Minha filha começou a ficar diferente em casa. Só do quarto para a escola e não conversava mais. Começou a se esconder. Calor de 40 graus e ela embaixo das cobertas. Fui buscar a verdade comecei a descobrir. Fui até a escola e conversei com a diretora. Não registrei ata naquele dia. Em casa e novo conversando com minha filha decidimos que não queríamos deixar que acontecesse com outras pessoas. Foi onde registrei ata na escola. A diretora me acolheu e orientou a registrar boletim de ocorrência. Só que eu estava com medo porque ele falava em armas para minha filha. Conversei com a diretora e decidimos afastar minha filha da escola. Levei na médica e ela disse que minha filha não precisava ficar no mesmo ambiente que o assediador dela. A diretora da escola levou a situação para a secretárias que não quis afastar o professor da escola. Conversei com uma pessoa na prefeitura e esta pessoa disse que ia tomar providências. Foi quando a secretária de educação conversou comigo e disse que eu era doida. Que o professor era gente boa e que eu poderia até fazer um boletim de ocorrência, mas que seria só mais um papel na gaveta”, relatou a mãe, que prefere não ser identificada.

Alguns dias depois do ocorrido, contou ela, o professor acabou sendo afastado e sua filha voltou para a escola.  A menina então teria ouvido que era ‘sua culpa’ o professor ter sido transferido paras outra escola. “A secretária não afastou ele de estar junto com adolescentes e sim, colocou em outro lugar. Minha filha não foi a única assediada por ele, mas todos têm medo de falar. Todos temem”, relata a mãe.

“Eu pedi que ele ficasse longe da minha filha. Eu quero proteger a minha filha. Aí a minha filha não quis ficar na escola, porque não quer ficar falando nesse assunto”, disse ela ainda, contando que a família acabou providenciando a mudança da filha para outra cidade.

“Quando fica sabendo de algum assédio deveria tomar providências contra o assediador. Mas, ela preferiu me atacar. Só peço que a justiça seja feita. A classe dos professores é muito linda e deve ser aplaudida, mas infelizmente… […] é preciso que a secretária tome atitude certa e não tapar o sol com a peneira”, afirmou ainda a denunciante.

Investigações

A delegada Jessica Assis, que preside as investigações relativas ao caso explica que desde 15 de junho está verificando o caso. O suspeito tem 55 anos e trabalhava na escola no assentamento Jonas Pinheiro. Ele teria assediado estagiária e professoras.

Na manhã desta sexta-feira (30-06), busca e apreensão domiciliar foram cumpridas hoje e houve também medidas cautelares adotadas.  “Das vítimas que identificamos já pedimos cautelares para resguarda-las já que moram muito próximo da residência do investigado. Hoje cumprimos o mandado de busca na presença de testemunhas, mas o indivíduo não estava em casa, não foi localizado ainda, mas será notificado pelo Poder Judiciário sobre as medidas adotadas contra ele”, explicou a delegada.

A delegada tomou conhecimento sobre uma viagem do suspeito. “Achávamos que ele estaria aqui, por isso fomos cumprir o mandado. Mas, vamos apurar se há motivo fidedigno para esta viagem, para ver quais medidas adotamos daqui para frente”, disse.

Mais vítimas

A delegada confirmou que, pelo que a polícia tem apurado, há reclamações datadas de mais de dois anos, mas somente no dia 15 deste mês, vítimas procuraram a delegacia – alguns dias após a prisão de um outro professor suspeito de abusos em outra escola de Sorriso.

 

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