No cenário agrícola do Mato Grosso, o estado celebra um notável avanço na comercialização da safra de soja 2022/23, com um total de 83,59% das 45,316 milhões de toneladas produzidas já comercializadas até o final de julho. Essa marca expressiva reflete não apenas uma rápida movimentação nos negócios, mas também um aumento de 3,02% no preço da saca de 60 quilos de soja em relação a junho, conforme indicado pelos dados divulgados pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Apesar dessa notável progressão na comercialização, especialistas destacam que, ao ser comparada com a safra anterior, a transação atual se encontra ligeiramente atrasada. Deividi Lira, um renomado agrônomo e mestre em Desenvolvimento Regional, aponta para essa diferença e ressalta que, embora o estado tenha experimentado um avanço significativo, o ritmo de comercialização ainda está atrás do registrado na safra anterior.
Lira contextualiza esse avanço notável, explicando que alguns agricultores aproveitaram uma situação favorável de alta pontual no estado para realizar negócios relacionados à safra 2022/23. No entanto, ao comparar com o ciclo anterior, a comercialização da safra atual ainda não atingiu o mesmo nível.
Como exemplo desse atraso relativo, as vendas da oleaginosa registraram um avanço de 4,09 pontos percentuais. Contudo, quando comparadas com o ciclo 2021/22, essas vendas estão abaixo dos 85,86% do mesmo período em 2022 e dos 90,61% correspondentes à média histórica dos últimos cinco anos.
No âmbito das cidades que se destacaram nesse cenário agrícola, Lira menciona Sorriso, Diamantino, Nova Mutum, Nova Ubiratã e Sapezal como protagonistas notáveis nas safras.
Além disso, Lira ressalta a importância da comercialização antecipada como uma estratégia adotada por muitos produtores. Ele enfatiza a necessidade de considerar essa prática ao avaliar o panorama. Ao abordar as cidades do Mato Grosso que lideraram a produção na safra 2021/22, Lira destaca novamente Sorriso, Diamantino, Nova Mutum, Nova Ubiratã e Sapezal como protagonistas.
Na perspectiva da safra 2023/24, Mato Grosso já comercializou 21,11% da produção prevista de 43 milhões de toneladas. Esse avanço mensal de 4,76 pontos percentuais é impulsionado tanto pela melhoria nos preços da soja quanto pela proximidade da semeadura da oleaginosa. Essa abordagem visa a estabilidade dos custos de produção e uma estratégia de manejo prudente em relação às perspectivas futuras.
