Médica relata falta de aparelho de eletro e morte de homem em UPA

Em depoimento para o Ministério Público do Estado (MPE), uma médica revelou que um paciente morreu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Pascoal Ramos devido à falta de um aparelho de eletrocardiograma.

Um paciente chegou diretamente para o box de emergência, provavelmente com um infarto, e nós não tínhamos o aparelho
A profissional, cuja identidade será preservada para evitar retaliações, contou que atuava na unidade como contratada do Município quando ocorreu o caso.

Na época, a história virou manchete do MidiaNews após os familiares da paciente depredarem a unidade revoltados com a morte da mulher.

“Foram feitas várias documentações relatando [a falta] e solicitando o aparelho, e por muito tempo ficamos sem, não sei dizer exatamente quanto, mas um tempo significativo”, disse.

“Em uma dessas situações, um paciente chegou diretamente para o box de emergência, provavelmente com um infarto, e nós não tínhamos [o eletrocardiograma]”, relatou ao MPE.

O eletrocardiograma é um exame básico e inicial para avaliação da saúde cardiovascular e apontar para algumas anormalidades cardíacas.

No entanto, como não havia o aparelho na UPA Pascoal Ramos, a médica explicou que os pacientes com problemas cardíacos estavam sendo transferidos para outras unidades, onde poderiam realizar o exame.

Apesar dos esforços dos profissional, a médica revelou que o transporte era arriscado, porque colocava o paciente em uma posição de vulnerabilidade.

Foram feitas várias documentações relatando [a falta] e solicitando o aparelho e por muito tempo ficamos sem, não sei dizer exatamente, mas um tempo significativo
“Nisso a gente perdia tempo e perdia também em questão de segurança do paciente, até fazer esse translado e voltar. Até que um dia o paciente veio a falecer porque nós estávamos fazendo a preparação para levar esse paciente”, afirmou.

Revolta

Plantonista naquele dia, a médica lembrou da revolta da família e contou que a UPA Pascoal Ramos foi apedrejada pelos parentes após a notícia da morte da paciente.

“Sofremos muitas retaliações, principalmente por parte da família, que até não tiro [o direito] e saiu até nas notícias, a unidade foi apedrejada pela família pela falta desse aparelho’, relembrou.

O depoimento da profissional foi um dos que deu embasamento para que o MPE realizasse, no início deste mês, uma inspeção conjunta em unidades de Saúde geridas pela Prefeitura de Cuiabá.

 

Veja também

Sorriso promove ações do Novembro Azul com foco na prevenção ao câncer de próstata e na saúde integral do homem

Central Estadual de Transplantes faz captações de fígado, rins e córneas em Nova Mutum e Várzea Grande

Campanha de Cadastro de Doadores de Medula Óssea mobiliza Sorriso nos dias 4 e 5 de novembro

Vigilância Sanitária divulga novos lotes de bebida sob suspeita de contaminação por metanol

Sorriso encerra Campanha Outubro Rosa 2025 com Roda de Conversa sobre câncer

Ouvidoria do Hospital e Maternidade Amor de Mãe reforça atendimento e acompanhamento às gestantes