Uma mulher de 30 anos presa na manhã desta quinta-feira (18-08) na cidade de Macaé – RJ, era uma das principais lideranças de uma das facções criminosas participantes da ‘guerra’ que aumentou em 63% o índice de homicídios em Sorriso entre janeiro e julho deste ano.
Ela fugiu para o Rio de Janeiro depois de ter sofrido uma tentativa de homicídio aqui em Sorriso. Em Macaé, vivia ‘nova vida’, com nome falso, segundo explicou após a operação hoje, o delegado da Polícia Federal Dr. Antônio Flávio Rocha Freire. Ele foi um dos responsáveis pela operação Dissidência realizada na manhã desta quinta-feira (18-08) em Sorriso.
De acordo com o delegado, a Força Tarefa foi criada para investigar facções criminosas que atuam no Mato grosso. “Durante as investigações deparamos com uma situação peculiar aqui no norte de Mato Grosso, que foi uma guerra entre facções que estaria ocorrendo aqui. Verificamos que há uma facção que predomina no estado e que é forte aqui e da qual alguns integrantes estariam discordando das lideranças, que estariam decretando [referindo-se à morte] de integrantes por motivos banais. Eles montaram novo grupo que passou a ser rival da facção dominante”, explicou.
Por conta da dissidência da facção – que acabou dando nome à operação, deu-se a ‘guerra’. “Uma ação de homicídio de um lado levava à morte do outro lado. Isso levou a uma situação muito crítica aqui em Sorriso. Nas investigações passamos a ter importantes dados que levaram aos líderes destas facções e ao esclarecimento de alguns dos homicídios”, disse ainda o delegado.
Resultados
100 % dos mandados expedidos pela Vara Criminal de Sorriso foram cumpridos na operação, sendo ao todo, 61 ordens judiciais. “Conseguimos prender a principal liderança da facção que estava no estado do Rio de janeiro, onde vivia com nome falso e também seu companheiro. A liderança da outra facção criminosa também foi presa em Tangará da Serra, além de lideranças diversas das facções, presos hoje às 06 horas da manhã”, declarou o delegado.
Inocentes mortos
Um fato impactante durante o período de ‘guerra’ entre as facções foi o de que um dos integrantes de uma delas sofreu tentativa de homicídio em Sinop. Ele reagiu e os integrantes da outra facção atingiram sua esposa grávida, matando-a dentro de casa.
Mortes evitadas
Ainda segundo o delegado da PF, as ordens para as execuções vinham de dentro de presídios, onde também foram cumpridos mandados de prisão hoje. “Conseguimos ainda durante as investigações nos antecipar e evitar vários homicídios dentro e fora dos homicídios, seja isolando presos ou nas ruas informando a polícia, que se antecipava à ação e evitava as ocorrências. Prevenimos mortes, que é nossa missão também, não importa se as pessoas estão ou não no mundo do crime”, destacou Dr. Antônio Flávio. (Com informações de Heverton luiz)
