Itaúba| Nova Mutum

Operação Pectina desmantela fraudes ambientais que beneficiavam empresas madeireiras na região

Uma operação de grande envergadura contra fraudes envolvendo o uso de créditos florestais virtuais, que favoreceram empresas do setor madeireiro na região. A operação, denominada “Pectina”, resultou na emissão de ordens cautelares de sequestro de bens móveis e valores contra 10 pessoas físicas, incluindo empresários, e jurídicas que atuam nos ramos da indústria madeireira e transporte de cargas de madeira. A maioria dos alvos da operação é originária de Itaúba, localizada a 100 km de Sinop, enquanto os demais mandados envolvem investigados nas cidades de Sinop, Nova Monte Verde e Nova Mutum. A condução da investigação está sob responsabilidade da Polícia Civil, coordenada pelo Grupo de Atuação contra o Crime Organizado (GAECO), e os mandados foram expedidos pela 7ª Vara Criminal Especializada contra o Crime Organizado, em Cuiabá. A localização exata das ações da operação não foi divulgada.

A investigação que culminou na Operação Pectina identificou um grupo envolvido em fraudes ambientais que se utilizava de créditos virtuais, criados de forma ilícita, para favorecer empresas do setor madeireiro, inserindo informações falsas nos sistemas de gestão do órgão ambiental. De acordo com a delegada Alessandra Saturnino, designada pela Polícia Civil para liderar a força-tarefa ambiental, os danos causados por essas operações ilegais ultrapassam a marca de bilhões de reais. “Durante o trabalho investigativo, a soma de todos os laudos de dano revelou um valor que passa dos R$ 2,3 bilhões”, ressaltou a delegada.

A investigação apontou que parte desses créditos circulava em nome de pessoas físicas e jurídicas, resultando na emissão de guias florestais falsas, que eram utilizadas para encobrir a extração ilegal de madeira. Esse esquema permitia a circulação de produtos florestais de origem ilícita e a lavagem de valores correspondentes às mercadorias ilegais, ou seja, madeira extraída de forma criminosa.

Tudo começou em 2017, quando a Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar esses crimes após a operação “Floresta Virtual”, realizada em colaboração com o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama). Posteriormente, a Justiça Federal transferiu a competência para o judiciário estadual, e a investigação teve continuidade por meio da força-tarefa ambiental do GAECO. As evidências indicam que a organização criminosa agia com o propósito de movimentar os créditos fraudulentos para dissimular a madeira extraída ilegalmente. Os envolvidos no esquema da “lavagem de madeira” recebiam guias para regularizar virtualmente a mercadoria florestal, que havia sido retirada ilegalmente.

O promotor de Justiça Marcelo Vacchiano, membro da força-tarefa ambiental do GAECO, detalhou: “Os denunciados uniram-se com o propósito de praticar condutas lesivas contra o meio ambiente, consistindo essencialmente na constituição de uma organização criminosa que operava empreendimentos madeireiros formalmente constituídos, porém, que não possuíam estrutura física nem funcionários compatíveis para a emissão de guias florestais ideologicamente falsas.”

O nome “Pectina” da operação faz referência à pectina, uma fibra solúvel presente no fruto da laranja. A ação das autoridades demonstra o compromisso do Estado de combater crimes ambientais e preservar o ecossistema, enquanto busca responsabilizar aqueles que agem em detrimento do meio ambiente e da sociedade.

 

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