Polícia Civil (PJC) localizou os restos mortais de Diego Borges Oliveira, de 28 anos, em Barra do Garças (518 km de Cuiabá). O rapaz foi sequestrado no dia 25 de dezembro de 2022 e posteriormente morto por, supostamente, ter feito o símbolo de facção rival do Comando Vermelho. A ação é resultado da Operação Argos, deflagrada na manhã desta quinta-feira (2).
Durante cumprimento das ordens judiciais, investigadores e delegados apreenderam porções de drogas, armas de fogo, dinheiro e ainda encontraram um imóvel utilizado pelos bandidos como “abatedouro”, ou seja, local para aplicar “salve” (sessão de tortura e espancamento).
Os mandados, sendo cinco de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão domiciliar, foram expedidos pela 1ª Vara Criminal de Barra do Garças com base em investigações da Delegacia Regional e 1ª Delegacia de Barra do Garças.
As investigações coordenadas pelo delegado Pablo Borges Rigo apontaram que o crime foi cometido a mando de uma facção criminosa, sendo cinco integrantes do grupo, identificados como autores do sequestro e homicídio da vítima.
Sequestro e morte
Diego foi sequestrado na madrugada de 25 de dezembro, para um procedimento intitulado como “averiguação”, após ter sido fotografado fazendo com as mãos um símbolo numérico atribuído a uma facção criminosa rival.
No dia seguinte ao desaparecimento, o pai da vítima registrou boletim de ocorrência noticiando o sumiço, sendo relatado que a vítima nunca ficava sem dar notícias. Familiares também relataram que foram informados, por meio de ligação anônima, que o jovem teria sido morto e seu corpo ocultado por integrantes da facção criminosa.
A vítima trabalhava formalmente em uma fazenda (carteira assinada) e deveria ter voltado ao trabalho dia 27 de dezembro, porém não retornou ao trabalho e não deu mais notícias aos familiares.
“No decorrer das investigações, foi possível levantar elementos de informação que demonstram a prática do crime de sequestro, sendo identificado todos os envolvidos. Tudo aponta que também houve a prática de crime de homicídio e ocultação de cadáver”, disse Pablo Rigo.
Os suspeitos identificados nas investigações respondem pelos crimes de sequestro, homicídio e ocultação de cadáver. Na operação são empregadas 10 viaturas e participam de 37 policiais civis, entre escrivães, investigadores e delegados, sob coordenação do delegado titular da 1ª Delegacia de Polícia, Adriano Marcos e Alencar e apoio operacional do delegado Regional, Willyney Santana.
Nome da operação
Argos, na mitologia grega, era um gigante cujo corpo era coberto por olhos. Enquanto dormia, metade dos olhos se fechava e descansava enquanto a outra metade vigiava.