A Polícia federal (PF) deflagrou no início da manhã desta quinta-feira (28) uma operação na baixada cuiabana.
Conforme a PF, a operação, denominada Cupincha, é a segunda fase da Operação Curare, desencadeada em 30/07/2021, visando a realização de diligências investigativas ostensivas, bem como de identificação e de constrição patrimonial, em decorrência de atos de corrupção e lavagem de capitais, envolvendo o desvio de recursos públicos destinados à saúde.
Dos três mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça, dois são de Cuiabá e um de Curitiba (PR). Em Cuiabá, foi preso o ex-secretário de Saúde Célio Rodrigues da Silva, também alvo da primeira operação, a Curare. Outra prisão foi feita em Curitiba. O outro alvo de prisão, de Cuiabá, está foragido. Célio Rodrigues já foi conduzido à sede da PF para ser ouvido.
Também estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão nas cidades de Cuiabá e Curitiba (PR), além de medidas de sequestro de bens, direitos e valores.
Como se apurou na primeira fase da Operação Curare, um grupo empresarial, que fornece serviços à Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá, e que recebeu, entre os anos de 2019 e 2021, mais de 100 milhões de reais, manteve-se à frente dos serviços públicos mediante o pagamento de vantagens indevidas, seja de forma direta ou por intermédio de empresas de consultoria, turismo ou até mesmo recém transformadas para o ramo da saúde.
Após o ingresso dos recursos nas contas das empresas intermediárias, muitas vezes com atividades econômicas incompatíveis, os valores passavam a ser movimentados, de forma fracionada, por meio de saques eletrônicos e cheques avulsos, de forma a tentar ocultar o real destinatário dos recursos.
A movimentação financeira também se dava nas contas bancárias de pessoas físicas, em geral vinculadas às empresas intermediárias, que se encarregavam de igualmente efetuar saques e emitir cheques, visando a dissimulação dos eventuais beneficiários.
Paralelamente, o grupo empresarial investigado na primeira fase da Operação Curare promovia supostas “quarteirizações” de Contratos Administrativos, que viriam a beneficiar, em última instância, o servidor responsável pelas contratações com a Secretaria Municipal de Saúde e Empresa Cuiabana de Saúde Pública, incluindo o pagamento de suas despesas pessoais.
O nível de aproximação entre as atividades públicas e privadas dos investigados envolveu a aquisição de uma cervejaria artesanal, em que se associaram, de forma oculta, o então servidor público e o proprietário do grupo empresarial investigado.
ALVOS DA PRIMEIRA OPERAÇÃO – CURARE (em julho de 2021)
Alexandre Beloto Magalhães de Andrade
Antônio Kato
Célio Rodrigues da Silva
Douglas Castro
Douglas Castro ME
Empresa Cuiabana de Saúde Púbica
Felipe de Medeiros Costa Franco
Hellen Cristina da Silva
Hipermed Serviços Médicos & Hospitalares LTDA
Ultramed – Serviços Médicos & Hospitalares LTDA
IBRASC – Instituto Brasileiro Santa Catarina
Luiz Antônio Possas de Carvalho
LV Serviços Médicos e Hospitalares LTDA.
Maicom dos Santos
Marcelo Pereira da Silva
Smallmed Serviços Médicos e Hospitalares Eireli
Mhayanne Escobar Bueno Beltrão Cabral
Miriam Flávia Caldeira Jamur