O plano safra anunciado nesta quarta-feira (03), pelo Governo Federal não agradou os produtores rurais, de acordo com o presidente do Sindicato Rural de Sorriso, Sadi Beledelli.
O plano anunciado visa o financiamento do plantio da safra 2024/2025, disponibilizando recursos de ordem superior a R$ 400 bilhões em crédito. Destes, R$ 294 bilhões são para custeio e comercialização e mais de R$ 107 bilhões de reais para investimentos.
Junto com os recursos disponibilizados para a agricultura familiar, são mais de R$ 476 bilhões. Além disso, os produtores poderão contar com mais R$ 108 bilhões em recursos de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), estando mais de R$ 500 bilhões de recursos disponíveis para o setor.
Sadi Beledelli, presidente do Sindicato Rural de Sorriso explicou que o plano não está de acordo com o que os produtores queriam, principalmente pelas taxas de juros. “É realmente um plano que não veio a contento do que a classe produtora esperava. Esperávamos uma redução na taxa de juros, uma vez que a taxa Selic caiu 3 pontos percentuais e os juros do plano safra se mantiveram os mesmos do ano passado. O 1% que aumentou não cobre os custos de produção. O que aumentou mais foram os recursos livres, então os bancos vão praticar essa taxa de juros de mercado. Dos 400 bilhões anunciados, 211 são nos recursos livres o que não é recurso com subsídio ou ajuda do Governo”.
Beledelli destacou que em valores nominais, os números sempre serão maiores a cada safra, mas que é preciso colocar na conta a inflação. Ele ressaltou que a equipe do presidente Lula não ouviu os produtores rurais em seus pedidos. “Mas, o principal é que tanto o trabalho da CNA, quanto das federações estaduais que vinham conversando com o Ministério da Agricultura junto com a Aprosoja, não foi o que vinha sendo discutido para que o plano safra fosse realmente um incentivo aos produtores. Não veio de acordo com o que nós estávamos esperando”, afirmou.