A coordenadora de Proteção Social Especial, Gheuren Frasseto, e a psiquiatra Adolino Bedin foram ouvidas sobre a importância da prevenção e do enfrentamento ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes, ressaltando o papel da rede de proteção e o engajamento da sociedade nessa luta
Nesta segunda-feira (19), o programa A Voz do Povo, da rádio Sorriso FM, recebeu nos estúdios a coordenadora de Proteção Social Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social, Gheuren Frasseto, e a psicóloga do CREAS, c. O tema da entrevista foi a campanha Maio Laranja, que integra o movimento nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.
Durante o bate-papo, as convidadas destacaram a relevância do Maio Laranja como um alerta à sociedade sobre a gravidade da violência sexual infantil e a necessidade de ações articuladas para prevenção, identificação e enfrentamento dessas situações. “É uma pauta que precisa sair do silêncio e mobilizar toda a sociedade. A violência sexual contra crianças e adolescentes não pode ser naturalizada”, enfatizou Gheuren.
A coordenadora explicou que os profissionais da Assistência Social, especialmente os que atuam nos CRAS e CREAS, estão preparados para identificar sinais de alerta como mudanças bruscas de comportamento, isolamento, agressividade, regressão emocional e dificuldades escolares. “Nossa equipe está atenta e pronta para acolher com escuta qualificada e encaminhamentos adequados”, completou.
A psicóloga Adriana Acosta ressaltou que o sofrimento psíquico decorrente de abusos pode deixar marcas profundas e exigem um trabalho multidisciplinar, envolvendo também a Saúde e a Educação. “A criança precisa ser ouvida e protegida. Precisamos romper o ciclo de violência com cuidado e responsabilidade.”
Entre as ações educativas realizadas no mês de maio, destacam-se rodas de conversa, palestras em escolas, capacitações para profissionais e campanhas de mobilização social. O papel do CREAS, segundo Adriana, é essencial no atendimento especializado às vítimas e às famílias, garantindo acompanhamento psicossocial e jurídico.
As convidadas também destacaram os canais de denúncia disponíveis, como o Disque 100, o Conselho Tutelar e as próprias unidades da Assistência Social, e reforçaram que a participação da comunidade é fundamental para romper o silêncio e proteger crianças e adolescentes.
Por fim, elas ressaltaram os desafios enfrentados pela rede de proteção, como a subnotificação dos casos, o medo da denúncia e a escassez de recursos, mas reafirmaram o compromisso da gestão pública com o enfrentamento dessa grave violação de direitos.