Ele admitiu ter deixado o local da colisão por medo, sem prestar socorro às vítimas, e agora é investigado por possível homicídio culposo no trânsito
O motorista do Toyota Corolla envolvido no trágico acidente ocorrido no último domingo (11), na BR-163, entre os municípios de Sorriso e Sinop, compareceu voluntariamente à delegacia de Sorriso dois dias após o ocorrido. Conforme relatado pelo R9News, a colisão resultou na morte de Luzia de Campos Rodrigues, de 58 anos, e de sua filha, Erika Camile de Campos Rodrigues Arruda, de 15 anos. Outras três pessoas ficaram feridas.
De acordo com o delegado Bruno França, responsável pelo caso, o condutor se apresentou acompanhado de um advogado e confirmou ser o motorista do Corolla. Ele havia deixado o local do acidente antes da chegada das equipes de segurança.
“O condutor se apresentou com advogado constituído e prestou depoimento. Ele confessou que estava ao volante do Corolla e relatou ter deixado o local por medo e nervosismo ao ver uma viatura da Rota do Oeste chegando”, afirmou o delegado.
Durante o depoimento, o motorista descreveu sua versão da dinâmica do acidente. Ele afirmou que tentava ultrapassar o Fiat Uno, onde estavam as vítimas, quando avistou um veículo vindo na direção contrária. Ao tentar abortar a manobra, perdeu o controle do carro e acabou colidindo com o Uno. Segundo ele, após a colisão, fugiu do local sem prestar socorro.
As investigações agora aguardam o laudo técnico da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) para verificar se a versão apresentada pelo condutor condiz com as evidências físicas da cena. “Vamos confrontar o relato com a análise científica para avaliar a coerência da narrativa e determinar responsabilidades, principalmente pelo abandono do local sem justificativa plausível”, acrescentou França.
Ainda não há confirmação oficial sobre o consumo de álcool pelo motorista, mas a Polícia Civil não descarta a possibilidade. “Como ele fugiu do local, impossibilitou a realização de teste de alcoolemia. Estamos buscando indícios indiretos que possam apontar para embriaguez, além de investigar a velocidade e outras condições do trânsito no momento do acidente”, explicou o delegado.
O suspeito nega ter ingerido bebidas alcoólicas, mas alega que possíveis sinais de consumo no veículo seriam de amigos. No entanto, ele afirmou estar sozinho no momento do acidente, o que levanta dúvidas que serão esclarecidas com a perícia no carro.
As vítimas fatais, mãe e filha, residiam em Sinop, onde foram sepultadas na terça-feira (13). Outras três pessoas que estavam no Fiat Uno foram socorridas e encaminhadas a uma unidade hospitalar, mas não há informações atualizadas sobre o estado de saúde delas.