DHPP de Sorriso desvenda farsa e investiga homicídio motivado por traição e encobrimento de provas

A vítima mantinha um caso com a esposa do dono do estabelecimento onde ocorreu o crime, e o celular do rapaz foi apagado por ela, médica, durante o atendimento hospitalar

Na manhã desta terça-feira (15), o delegado Bruno França, responsável pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de Sorriso, detalhou as investigações que envolvem um assassinato ocorrido em março deste ano em uma distribuidora de bebidas da cidade. O caso, que inicialmente foi registrado como uma briga entre dois desconhecidos, revelou-se uma trama complexa envolvendo traição, encobrimento de provas e possível premeditação.

A vítima, um jovem de Tapurah, morreu após ser esfaqueado dentro do estabelecimento. Segundo o delegado, na época dos fatos o proprietário do bar informou que os dois envolvidos na confusão não eram conhecidos e que a agressão foi resultado de um desentendimento momentâneo. No entanto, as investigações da DHPP revelaram outra realidade.

“Descobrimos que a vítima era amiga íntima do dono do bar e de sua esposa, e mantinha um relacionamento extraconjugal com ela, que é médica. Essa mesma médica, segundo apurado, usou sua condição profissional para entrar no centro cirúrgico e acessar o celular da vítima, apagando mensagens e evidências que poderiam elucidar o caso. Ela admite ter apagado as provas, embora negue participação direta no crime”, afirmou o delegado Bruno França.

O prontuário médico confirmou que o jovem morreu em decorrência das facadas. Além disso, a investigação desmentiu a versão do dono do bar sobre uma briga entre desconhecidos. As câmeras de segurança revelaram que o autor das facadas permaneceu no bar por mais de um minuto e quarenta segundos conversando com o proprietário após o crime. “Depois disso, o dono do bar ainda aguardou 11 minutos para levar a vítima ao hospital e nunca acionou a polícia, como alegou”, destacou França.

Diante das evidências, a Polícia Civil representou pela prisão do autor das facadas, do dono do bar — por possível participação ou omissão —, e busca e apreensão contra a médica, inicialmente por fraude processual. A polícia ainda investiga qual teria sido a motivação do agressor e se o crime foi cometido por ciúmes, como a médica alega, ou se houve algum tipo de instigação ou envolvimento maior por parte do casal.

“Estamos convencidos de que não houve legítima defesa, nem briga, mas sim um ataque premeditado pelas costas. Precisamos entender melhor o vínculo entre o autor das facadas e o dono do bar. Descobrimos que quatro dias após o crime, eles se reuniram secretamente na distribuidora, apesar de negarem. A profundidade dessa relação ainda está sendo investigada”, concluiu o delegado.

As investigações seguem em andamento e novas diligências devem ocorrer nos próximos dias para elucidar completamente o caso.

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