Casal é preso em flagrante pela Polícia Civil após torturar o filho adolescente e expulsá-lo de casa

Um casal foi preso em flagrante pela Polícia Civil, na quarta-feira (20), em Colniza, suspeito de agredir e torturar brutalmente o filho de 15 anos. O exame de corpo de delito constatou diversas lesões recentes pelo corpo do adolescente. Os pais tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva após encaminhamento da representação pelo delegado de Colniza.

Além das agressões, que eram constantes, o adolescente também foi expulso de casa durante a noite e encontrado caminhando em direção à Vila Salvação na manhã de quarta-feira. Ele foi socorrido por um morador local e depois acompanhado pelo Conselho Tutelar, que foi até a vila e o apresentou à Promotoria de Justiça, que orientou a encaminhá-lo até a Delegacia da Polícia Civil para a apuração dos fatos.

Após ouvir o relato da vítima, a equipe de investigação seguiu até a residência com apoio da Polícia Militar e encontrou o casal bastante alterado, fazendo uso de entorpecentes. Foi dada voz de prisão aos dois, contudo, a mulher ficou nervosa e se recusou a fornecer sua identidade à equipe, sendo necessária a imobilização.

Os pais foram autuados em flagrante pelo crime de tortura e durante o período em que estavam na cela da delegacia, ambos tiveram crise de abstinência química e foram encaminhados para atendimento no hospital da cidade e examinados, sendo descartado risco de morte.

O delegado de Colniza, Bruno França, representou à Justiça pela conversão do flagrante em prisão preventiva, deferida pelo juiz plantonista. “O exame de corpo de delito da vítima mostra que os relatos de terror em seu depoimento são verídicos, considerando que as lesões são exatamente aquelas detalhadas pelo menor. Além de ser brutalmente espancada pelos seus pais como forma de castigo, causando sofrimento físico e psicológico, o menor foi abandonado  em situação de vulnerabilidade”, explicou o delegado.

Tortura

O adolescente relatou que começou a ser agredido pelos pais em setembro do ano passado, desde que sua irmã mais velha foi embora de casa, também fugindo das agressões. Ele contou que sofreu tapas, golpes de facão e teve o rosto pressionado ao chão com os pés do pai. Já da mãe, ele foi vítima de esganadura.

As lesões eram aparentes e o adolescente passou por exames periciais que confirmaram as agressões em várias partes do corpo.

“É importante ressaltar que não se trata de um caso isolado de tortura, mas de um quadro endêmico de destruição violenta de direitos fundamentais do menor, realizada justamente por aqueles que deveriam ser os seus primeiros guardiões”, argumentou o delegado de Colniza.

O adolescente está acolhido temporariamente em um abrigo do município.

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