Clínica é alvo de buscas e falsa médica investigada após paciente terminal morrer

Uma falsa médica é investigada e teve a clínica vasculhada pela Polícia Civil, nesta quinta-feira (29), no bairro Santa Cruz, em Cuiabá. Ela era enfermeira do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas se apresentava como médica e tinha carimbo com registro falsificado do Conselho Regional de Medicina (CRM). Ela passou a ser investigada após paciente com câncer morrer por abandonar tratamento e seguir acompanhamento com na clínica ilegal.

Segundo informações da Polícia Civil, o filho da vítima denunciou a mulher. Ele relatou que o pai estava em tratamento no Hospital Estadual Santa Casa. O câncer já estava em estado avançado quando o paciente decidiu se consultar com a profissional.

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O denunciante narrou que o pai fez sessões de hemoterapia e ozonioterapia. Ela também realizou uma sessão, na qual colocou os pés do paciente em um recipiente, com água morna e metais, em formato de V. A falsa médica ainda receitou e entregou um frasco, com uma substância desconhecida, para o paciente pingar na boca, com a promessa de que o líquido iria curá-lo do câncer terminal.

Depois que passou a fazer o tratamento alternativo, o paciente piorou rapidamente, perdendo a fala, os movimentos das pernas e passou a se alimentar, com a ajuda de terceiros, até falecer, no mês de julho deste ano.

Com a perda do pai, o filho pesquisou e descobriu que a mulher trabalha como enfermeira no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Quando ele lhe informou que iria denunciá-la à Polícia Civil, ela o chamou para conversar, no estacionamento de um supermercado no bairro Tijucal, onde, segundo ele, confessou não ser médica e perguntou quanto ele queria para não fazer denúncia.

Buscas e apreensões

Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, os policiais civis, fiscais e a equipe do CRM encontraram carimbos com o nome da mulher e número de registro no Conselho de Medicina, além de receitas médicas carimbadas e assinadas, recentemente, por ela.

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As receitas também traziam a prescrição de hormônios, vitaminas e outras substâncias. Também foram apreendidos dezenas de frascos com substância de composição desconhecida e rótulos escritos à mão ou impressos com o nome da mulher como sendo a médica responsável pela prescrição, além de seringas e agulhas supostamente utilizadas em tratamentos à base de hemoterapia, alguns aparelhos e uma tabela com os preços de procedimentos e consultas, inclusive para crianças. Na tabela, as consultas podiam chegar aos R$ 300,00. Ainda foi apreendida no local uma carteira funcional do CRM-MT, em nome da mulher.

A Vigilância Sanitária Municipal constatou que o local não possui alvará para funcionamento como clínica médica.

A Delegacia do Consumidor continuará investigando a suspeita pela prática dos crimes de exercício ilegal da medicina, charlatanismo e curandeirismo. As penas somadas podem chegar a 5 anos de prisão e multa.

A ação contou com o apoio da Gerência de Operações Especiais da Polícia Civil, de fiscais da Vigilância Sanitária Municipal e do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso.

Pessoas que tenham sido atendidas pela falsa médica, ou que tiverem alguma informação sobre os fatos, podem registrar boletim de ocorrência pela Delegacia Virtual (www.delegaciavirtual.mt.gov.br), em qualquer Delegacia de Polícia Civil de Mato Grosso ou, ainda, procurar a Decon em horário comercial, de segunda a sexta-feira.

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