Michele Zavodini, conhecida por exibir viagens de lancha, festas e encontros com famosos, está registrada no sistema do Incra como assentada no Projeto Tapurah/Itanhangá, enquanto dezenas de famílias sem terra aguardam há mais de uma década por um lote na região
Com uma rotina exposta nas redes sociais marcada por festas, viagens e ostentação, a influencer Michele Zavodini passou a ser alvo de questionamentos após seu nome aparecer como beneficiária do Programa Nacional de Reforma Agrária. Segundo denúncia apresentada à Defensoria Pública da União (DPU) e ao Ministério Público Federal (MPF), ela estaria vinculada oficialmente ao Projeto de Assentamento Tapurah/Itanhangá, no norte de Mato Grosso, desde 27 de dezembro do ano passado.
A denúncia foi feita pela Assoplan (Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Planalto), que representa cerca de 70 famílias acampadas há mais de uma década na região, aguardando a concessão de lotes pelo Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).
Nas redes sociais, Michele exibe um estilo de vida que inclui passeios de lancha em Santa Catarina, desembarques em aviões particulares e interação com celebridades, como músicos da banda Barões da Pisadinha — imagens que contrastam com o perfil socioeconômico exigido para inclusão no programa de reforma agrária.
De acordo com a denúncia obtida com exclusividade pela Repórter Brasil, a influencer não atenderia aos critérios legais para ser beneficiária da política pública, voltada prioritariamente a trabalhadores rurais sem-terra e em situação de vulnerabilidade social.