Justiça mantém prisão de jornalista de MT suspeito de agredir a namorada

A Justiça negou, nesta segunda-feira (26), a liminar do habeas corpus ao jornalista Lucas Ferraz, suspeito de agredir a namorada, com quem mora junto, durante uma festa de confraternização da empresa onde trabalhava, em Tangará da Serra, a 424 km de Cuiabá, no dia 19 de dezembro. Ele foi indiciado pela Polícia Civil por violência psicológica e lesão corporal.

Assim como o suspeito, a vítima, de 20 anos, nega as agressões e diz que se machucou sozinha. Porém, ela havia relatado aos policiais, enquanto era atendida no dia dos fatos, ter levado socos de Ferraz. O delegado responsável pelo caso, Gustavo Espíndula de Souza, aponta que, conforme a perícia, as características dos ferimentos mostram que não foram causados por ela.

Na decisão que manteve a prisão preventiva dele, o desembargador Paulo da Cunha aponta que há indícios de coação da vítima e que o suspeito responde por ação penal da mesma natureza em Rondonópolis.

Os advogados Marcos Vinícius Borges e Elizandra Mariano de Mattia, que representam Ferraz, disseram que entendem que há equívocos em vários pontos do processo, tanto na polícia quanto na Justiça, e aguardam o julgamento final do habeas corpus.

Ferraz está preso desde o dia 21 de dezembro em cumprimento ao mandado expedido pela Justiça e ficou em silêncio durante depoimento no dia seguinte. Ele está no Centro de Dentenção Provisória de Tangará da Serra.

Os crimes pelos quais responde não exigem representação da vítima, de acordo com a Lei Maria da Penha.

Lucas Ferraz era, até então, apresentador da TV Vale, afiliada à Record TV em Tangará da Serra, e estava na festa de fim de ano da empresa com a namorada, de 20 anos. Na confraternização, segundo a polícia, eles tiveram uma briga que teria sido causada por uma crise de ciúmes do jornalista, que, conforme o boletim de ocorrência, agrediu a jovem com socos.

Com o rosto machucado, ela foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Tangará da Serra por pessoas que estavam no evento. Entre elas, o chefe de Ferraz. Durante o atendimento, a vítima contou ao médico que havia sido agredida e a Polícia Militar foi acionada. Segundo os policiais, no registro da ocorrência, a vítima tinha vários hematomas no rosto.

Porém, dois dias depois, quando foi ouvida pela Polícia Civil, negou que o marido a agrediu e, sim, que se machucou sozinha, durante crise de ansiedade. O delegado, baseado no laudo pericial, diz que os ferimentos têm características de que foram causados por outra pessoa e acrescentou às investigações áudios da própria vítima acusando o marido e o relato de testemunhas que estavam na confraternização

Antes de ser preso, o jornalista negou as agressões, disse que não tocou “em um fio de cabelo da esposa” e lamentou que as condições psiquiátricas dela viessem a público diante da repercussão do caso. O casal, nas redes sociais, fez diversas publicações reforçando as versões apresentadas – e contestada pela polícia.

O Grupo Agora Comunicação informou que o apresentador foi demitido na segunda-feira (19). Em nota, disse ainda que é contrário a qualquer tipo de violência, em especial, contra a mulher.

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