Tribunal do Júri condena médico a 33 anos de reclusão por matar noiva grávida de quatro meses

O Tribunal de Justiça condenou o médico Fernando Veríssimo Carvalho 33 anos de reclusão, sendo 26 anos por homicídio qualificado e sete anos pela morte da filha. A pena deverá ser cumprida em regime fechado. Ele é acusado de matar a noiva Beatriz Soares Milano de 23 anos em Rondonópolis ( a 218 km de Cuiabá) em 2018. À época da morte, a jovem estava grávida de quatro meses.

De acordo com o magistrado Wagner Plaza Machado Junior, o acusado agiu motivado por torpeza e impossibilitou a defesa de Beatriz. Devido à frieza de Fernando para elaborar a morte da noiva e da filha, o juiz reforçou que ele não poderá recorrer em liberdade.

“Os motivos do delito são por si reprováveis, pois o réu agiu motivado na torpeza, decidindo matar a vítima, pois estava descontente com a gestação. As provas dos autos, novamente, apontam pelo cenário criado pelo réu, vez que à terceiros se apresentava um futuro pai feliz e realizado, mas na intimidade do casal estava contra a gestação, menosprezando a gestante e promovendo atos de violência moral e psicológica, inclusive a vítima estava a pressentir o mal e clamava aos pais pela presença protetora”, diz trecho do documento.

Durante a audiência, Fernando negou ter usado um cigarro de substância análoga a maconha no dia do crime. Segundo ele, foi utilizado apenas um cigarro de tabaco.

“Outrossim, este magistrado reconhece a premeditação detalhada aos fatos, com a criação de álibi e eleição pormenorizada de uma forma a morte com o mínimo de lesões, situação que não esclarecida e que, possivelmente, não será descrito pelo réu, como ocorreu em outros crimes famosos, a exemplo da morte do Sr. Marcos Matsunaga. A frieza na elaboração da morte de sua convivente e filha, impõe a manutenção do cárcere.”, reforçou o magistrado.

Prisão

Fernando foi preso no final de dezembro de 2018 no município de Ribeirão Preto (SP). Ele é acusado de matar a noiva, no dia 23 de novembro, com golpes na região da cabeça. À época da morte, a jovem estava grávida de quatro meses.

Em depoimento, o médico alegou que saiu com Beatriz para jantar e retornaram para casa por volta das 23h. Ele afirmou que a mulher foi para o quarto, enquanto ele ficou na sala bebendo e vendo TV.

A partir daí, ele diz que pegou no sono no sofá e acordou às 3 horas e deparou com a mulher morta sobre a cama. No dia do crime, Fernando acionou o socorro e, sem sinais aparentes de violência, o corpo seguiu para exames da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

Ao ficar pronto, o laudo apontou traumatismo craniano. Conforme a denúncia do Ministério Público Estadual (MPMT), poucas horas antes de matar Beatriz, Fernando havia pedido ela em casamento.

“A denúncia descreve que, durante o jantar o acusado fez o pedido de casamento, ao que tudo indica, enganando a vítima, fazendo-a crer que era amada e que teria um companheiro para juntos criarem a filhinha. Entretanto, não foi isso que aconteceu, tendo em vista que pouco depois do pedido de casamento, o acusado supostamente matou-a com perversidade e torpeza, desferindo, contra a sua cabeça, golpes com objeto contundente, que lhe causaram traumatismo crânio encefálico”, destacou o MPMT.

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