Em reunião com o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, o governador Mauro Mendes e o cacique Raoni Metuktire solicitaram apoio do órgão para a liberação de licenças ambientais visando a pavimentação da MT-322, na região do Xingu. O encontro ocorreu nesta quinta-feira (6) e teve como principal pauta a necessidade de melhorias na estrada, que liga o norte de Mato Grosso ao Araguaia. Raoni destacou a importância de levar o asfalto até a beira do rio para melhorar o tráfego na região.

“Eu já falei com o governador que precisamos arrumar a estrada que passa na nossa terra. Está muito ruim a estrada. E esse asfalto deve ser feito até a beira do rio, para garantir um melhor tráfego de veículos e das pessoas”, afirmou o líder indígena.

O governador Mauro Mendes ressaltou que, apesar dos esforços do Estado na manutenção da via, a situação ainda é crítica, deixando as comunidades indígenas praticamente “ilhadas” devido aos atoleiros. Ele defendeu que o licenciamento seja delegado à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), agilizando o processo para viabilizar a obra.

“Se o Ibama e a Funai delegarem essa competência à Sema, nós temos a disposição de conduzir o licenciamento dentro da lei ambiental brasileira. Depois disso, poderemos fazer a obra, mas é essencial que haja essa transferência para garantir celeridade”, explicou Mendes.

A primeira-dama Virginia Mendes reforçou a urgência da pavimentação, destacando que a falta de acesso adequado compromete a saúde dos indígenas.

“Temos crianças morrendo, e essa é a nossa grande preocupação. Não podemos ficar muito tempo discutindo se pode ou não pode enquanto nossos indígenas morrem. Só a manutenção não resolve, porque o que eles precisam é de asfalto”, alertou.

O prefeito de São José do Xingu, Dr. Sandro, também demonstrou preocupação com os impactos da precariedade da estrada, afirmando que a falta de infraestrutura inviabiliza até o deslocamento de ambulâncias.

“Se algum indígena precisar de atendimento médico urgente, a ambulância não consegue passar pela estrada. Dependemos dessa via para tudo”, ressaltou.

O presidente do Ibama afirmou que o órgão analisará o caso com sensibilidade e buscará soluções junto à Funai e à Advocacia-Geral da União (AGU).

“Há muita boa vontade nossa em ajudar. Mas preciso consultar a AGU, pois há questões que fogem à minha competência. Também vamos dialogar com a Funai para encontrar as melhores alternativas”, garantiu Rodrigo Agostinho.

Também participaram da reunião diversas lideranças políticas e indígenas, incluindo prefeitos da região, representantes do governo estadual e membros da comunidade .